O vídeo mostra uma massa de água marinha, na Antártida, cristalizando-se lentamente até chegar ao fundo do mar.
Chegando lá, a água solifica-se formando belos padrões e, infelizmente, congelando ouriços e estrelas do mar que não conseguem se mover a velocidades significativas.
É um belo exemplo de efeito crioscópico acontecendo.
No canal da Editora Wiley no facebook saiu uma nota sobre um artigo clássico da área de Química Computacional e, como este é o meu chão, eu não poderia deixar passar em branco.
Segue a tradução da nota:
"Conhecer a superfície de energia potencial (potential energy surface - PES) dá uma ideia fundamental das propriedades estruturais e dinâmicas de um sistema molecular. 30 anos se passaram desde que o Journal of Computational Chemistry publicou o artigo pioneiro, "Optmization of equilibrium geometries and transition structures" (Otimização de geometrias de equilíbrio e estruturas de transição) de autoria de Bernhard Schlegel, o qual trazia a exploração da PES para dentro da Química Quântica. Um simpósio especial no ACS Fall Meeting (a ser realizado logo) celebra essa data, reunindo alguns dos químicos quânticos de destaque para discutir o atual estado, e futuras discussões, neste campo."
Na sequência do post eu coloquei uma cópia em PDF do artigo de Schlegel para quem tiver interesse em baixar, embora a Wiley esteja oferecendo acesso gratuito a ele neste momento.
Para baixar o original, clique aqui ou visualize na janela abaixo:
Daí fui pesquisar o link original e compartilho a tradução agora com vocês:
Notícia publicada no dia 24 de Fevereiro de 2012
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Pesquisadores australianos desenvolveram um modelo para resolver a origem dos nanodiamantes meteóricos, um quebra-cabeças cosmológico antigo. Seu trabalho pode também ter um impacto sobre um processo importante no planeta Terra: sintetizar diamantes artificiais.
Até recentemente, investigar a vida do universo em seus estágio iniciais era possível apenas através de espectroscopia. Pela observação da radiações antigas provenientes do espaço, os astrônomos podem efetivamente olhar para trás na história. Isso mudou no final dos anos 1980 quando nanodiamantes (minúsculas partículas de diamente de menos de 2 nm de tamanho obtidas a partir de meteoritos) mostraram conter isótopos nãp usuais de gases nobres que indicavam suas origens fora do nosso sistema solar.
'Essas amostras foram realmente importantes porque foi a primeira vez que nós pudemos dizer "Isso realmente veio de fora do nosso sistema solar,"' disse Rhonda Stroud, que estuda nanodiamantes meteóricos no US Naval Research Laboratory em Washington.
Entretanto, desde a sua descoberta, os nanodiamentes têm confundido mais do que esclarecido, com a aparentemente conflitante evidência a respeito da sua idade e origem frustrar todas as tentativas de desenvolver um modelo realista para a formação dos nanodiamantes que se encaixe em todos os dados. Agora, Nigel Marks da Universidade Curtin em Perth, Australia, e seus colegas propuseram um novo modelo para a formação dos nanodiamantes, os quais eles acreditam oferecer a solução mais simples e óbvia.
Na figura, à medida que as "cebolas" colidem com a superfície, elas se transformarm em diamantes.
O modelo de Marks é baseado na colisão de "cebolas" de carbono - camadas concêntricas de moléculas de fulereno que podem ocorrer naturalmente no espaço. "Cebolas de carbono estão absolutamente em todos os lugares," diz Marks, "em qualquer lugar que exista vapor de carbono, ele se resfria espontaneamente para formar essas estruturas concêntricas de cebola. O telescópio Spitzer tem mostrado que o espaço está cheio de fulerenos e eu ficaria tremendamente surpreso se ele não estivesse cheio dessas cebolas também. De fato, cebolas são mais fáceis de formar." E à medida que elas se formam, as cebolas encapsulam outras espécies, fornecendo uma "explicação elegante para como os isótopos terminam capturados dentro dessas estruturas". Quando essas cebolas colidem umas com as outras, ou com outros materiais, na velocidade adequada, a força do impacto faz com que ocorra uma transição de fase para a forma diamante.
Mark tropeçou na sua descoberta enquanto conduzia simulações computacionais para investigar anomalias estruturais em uma cobertura fina de carbono. "Nós rodamos muitas, muitas simulações," disse Marks" e em boa parte dos casos nós observamos que se formou diamante. Nós descobrimos que esse grande enigma existia na astrofísica e quando nós procuramos as condições em nossas simulações, elas eram exatamente as encontradas no espaço." Marks sugere que as condições ordinárias poderiam permitir a formação de nanodiamantes antes e durante a formação do nosso sistema solar, resolvendo a confusão relativa à evidência de idade dos nanodiamantes.
Rhonda Stroud diz que o modelo de Marks é bastante convincente mas pode não ser a única explicação. "Eu suspeito que existirão múltiplas origens, múltiplas populações de nanodiamantes e uma vez que nós possamos medi-las individualmente, nós estaremos aptos a distinguir os diamantes de diferentes origens".
Stroud também nota que a identificação inequívoca da idade e origem de nanodiamantes específicos requerirá técnicas analíticas potentes que estão apenas começando a se tornar dispo níveis.
"O processo de transformação das cebolas de carbono por choque é bastante realista," confirma Sasha Verchovsky da Open University, Reino Unido, que também trabalha nos cálculos do fenômeno dos nanodiamantes. "Será interessante fazer esse experimento para produzir nanodiamentes a partir de cebolas de carbono."
Para Marks, a verificação experimental desse modelo e suas implicações para a ciência dos materiais são o aspecto mais interessante do seu trabalho. "Nós queremos agora criar aparatos que contenham apenas cebolas de carbono e então controlas suas colisões com superfícies," diz ele. "O que será a peça fundamental de evidência ... nós estamos aptos a fazer coisas que nós normalmente não fazemos com carbono ... e se funcionar, nós teremos uma nova forma de produzir diamante."
Referências
N Marks, M Lattemann and D McKenzie, Phys. Rev. Lett., 2012, 108, DOI:10.1103/PhysRevLett.108.075503
Bônus: vídeo com uma animação da simulação computacional
Para Clara Lazen, 10 anos, uma atividade de sala de aula resultou em uma descoberta científica.
Como o seu Professor de Química, Robert Zoellner confirmou, a curiosidade da aluna de 5º ano levou a uma nova molécula, e sua primeira menção em um periódico científico.
Quando Kenneth Boehr instruía sua classe de 5º ano na Escola Border star Montessori em Kansas City (Missouri), a construir moléculas com kits de modelagem molecular, ele não esperava que um de seus estudantes fizesse uma descoberta científica.
Mas isso foi o que aconteceu quando Clara Lazem, 10 anos, aleatoriamente arranjou uma combinação única de átomos de oxigênio, nitrogênio e carbono. O resultado foi uma molécula que Boher nunca tinha visto antes.
Então ele enviou um e-mail para um amigo de longa data e professor de Química na HSU Robert Zoellner, um Químico Computacional (\o/) que usa softwares para modelar matematica as propriedades das moléculas.
"Ken enviou-me uma foto da molécula no meu celular e comumente eu posso dizer corretamente se ela é real," disse Zoellner. Desta vez, ele não pôde dizer isso.
Então ele colou o arranjo molecular no Chemical Abstracts, uma base de dados online pesquisável através da Bibllioteca da HSU que contém literatura relacionada a Química publicada desde 1904.
Apenas um artigo surgiu, Zoellner disse. Ele era para uma molécula com a mesma fórmula mas com um arranjo de átomos diferente do arranjo da molécula de Lazen.
Zoellner procurou um pouco mais atentamente e determinou que não apenas a molécula de Lazen era única, mas ela tinha potencial para estocar energia. Ela contém a mesma combinação de átomos que a nitroglicerina, um poderoso explosivo. Se um Químico sintético for bem sucedido em criar a molécula - batizada tetranitrato-oxicarbono - ela pode armazenar energia, criar uma grande explosão, ou fazer algo intermediário, disse Zoellner: "Quem pode saber?"
Zoellner submeteu um artigo sobre suas descobertas à edição de Janeiro da revista Computational and Theoretical Chemistry. Tanto Lazen quanto Boher estão listados como co-autores.
Em uma entrevista à mídia local, Lazen disse que ela nunca pensou que poderia ser uma autora de artigos publicados aos 10 anos de idade.
"Muitos jovens de 10-11 anos não têm seus nomes em um artigo científico", disse ela ao jornal Kansas City Star.
Zoellner disse que ainda não sabe se o artigo científico vai ser aceito para publicação. Desde que os cientistas estão sempre procurando por novas formas de obter energia, os químicos sintéticos precisam tentar criar a molécula, ele disse. Se eles tiverem sucesso, eles podem descobrir uma nova forma de estocar energia.
Independente do que acontecer, a experiência já reforçou o interesse de Lazen em ciência, disse Zoellner. Ela é particularmente interessada em Biologia e em Medicina. É refrescante, disse Zoellner, porque existem tantas mulheres com temor à carreira científica à medida que vão envelhecendo.
"Mulheres são comumente melhor preparadas que os homens para o ensino médio e universidade mas elas decidem não seguir carreiras científicas por razões diversas", diz Zoellner. "Se eu pudesse mantê-las e a alguns dos seus colegas interessados em ciências, eu seria bem sucedido".
O leitor do blog (e por quê não, colaborador?) Luiz Vitor enviou outra bela apresentação feita no prezi.
Como não podia deixar de ser, vou prestigiar o trabalho do colega publicando o trabalho dele aqui no blog.
Continua assim, Luiz Vitor, além do teu trabalho estar muito bom você está estimulando outras pessoas a fazer uso das tecnologias de informação e comunicação na sua prática profissional.
-Pequenas criaturas que vivem no seu guarda-roupas e costuram suas roupas um pouco mais justas a cada noite.
Nota do Dr Chatoff: Caloria é uma unidade termodinâmica de energia, geralmente usada para expressar calor, entalpia, entropia ou energia livre. É definida como a quantidade de calor necessária para elevar em 1ºC a temperatura de 1,0 g de água pura. Como não é uma unidade SI, recomenda-se o uso do Joule (J). 1 cal equivale a 4,186 J.
Trata-se de um calendário bem legal que usa o fenômeno da capilaridade para ir marcando os dias do mês.
Funciona mais ou menos assim:
Cada mês possui um frasco de tinta que, quando aberto, começa a impregnar o papel à sua volta.
Através do fenômeno da capilaridade, a tinta começa a penetrar no papel e a subir por um caminho marcado em relevo no papel.
O designer que criou o calendário colocou os números em uma disposição tal que leva mais ou menos um dia para cada número ficar totalmente pintado.
Além disso, as cores escolhidas pelo criador do calendário refletem a estação do ano e a sensação climática que as pessoas costumam sentir naquele mês em questão.
Mais criações do designer espanhol Oscar Diaz, você encontra no site dele.