MEC promete triplicar matrículas em EAD e alcançar 600 mil alunos até 2014

Esse senhor aí da foto chama-se João Carlos Teatini e ele é o diretor de Educação a Distância da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).

No dia 24 de abril de 2012, ele concedeu uma entrevista ao site UOL Educação na qual ele anuncia a intenção do governo federal de ampliar o acesso da população às pós-graduações em física, química e letras até 2014.

A proposta da CAPES é oferecer 600.000 vagas na modalidade EAD, como vem fazendo o programa de mestrado mais bem sucedido do momento, o PROFMAT (área de matemática).

Aproveitem para ler a entrevista do Sr João Carlos reproduzida abaixo na íntegra:

O MEC (Ministério da Educação) tem o plano de triplicar o número de matrículas em cursos públicos de EAD (Educação a Distância) até 2014, passando dos atuais 210 mil alunos para 600 mil. O dado é do diretor de Educação a Distância da Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), João Carlos Teatini, responsável pelo programa UAB (Universidade Aberta do Brasil). Entre os obstáculos, segundo o gestor, estão o preconceito e a resistência ao modelo e as dificuldades de conexão e falta de banda larga pelo país.

A UAB é um sistema integrado por universidades públicas de todo o país, que oferecem ensino superior a distância. Implantada no segundo semestre de 2007, ela dispõe de cursos de licenciatura, formação pedagógica, bacharelado, tecnólogo e sequenciais. Há também formação continuada nas modalidades de especialização, aperfeiçoamento e extensão, e o Profmat (Programa de Mestrado Profissional em Matemática em Rede Nacional). Atualmente, a UAB tem cerca de 11 mil professores formados em graduações e outros 16 mil concluintes.

Em entrevista ao UOL Educação, Teatini, que é engenheiro e professor da UnB (Universidade de Brasília), explicou que o programa tem duas prioridades: formação de professores, em caráter emergencial, e instalação de cursos com foco no desenvolvimento do país. Confira:

UOL Educação: Quais são as prioridades da UAB?

Teatini: A prioridade é a formação de professores. Temos hoje cerca de 1,7 milhão de professores na educação básica pública e cerca 400 mil sem formação adequada, conforme determina a LDB [Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional] de 1996. Entre os objetivos também está o apoio a cursos com foco a desenvolvimento regional. Sendo otimista, assim que a formação de professores, de caráter emergencial, entrar no fluxo, vamos abrir mais UAB para cursos com outros focos, pensando no desenvolvimento do Brasil.

UOL Educação: Quais são as regiões foco?

Teatini: A maior concentração de ensino superior privado está no Sudeste (85%). Majoritariamente, essas redes atendem as periferias das grandes cidades, e este é um campo amplo para a UAB. Hoje, temos a meta de alcançar 20% dos municípios do Brasil com polos da UAB. A princípio, os municípios com 50 mil habitantes são candidatos a ter polos, desde que exista uma instituição pública com interesse e apta a oferecer curso naquela localidade.

Já temos na região amazônica 19% dos municípios com UAB. No Sudeste, 12%. A média nacional é de 14%. Precisamos olhar o número de municípios e a população e também as desigualdades regionais.

NÚMEROS DA UNIVERSIDADE ABERTA DO BRASIL

Modalidade IES Cursos Matrículas
Aperfeiçoamento 41 123 15.230
Bacharelado 41 56 21.155
Especialização 61 210 55.811
Extensão 12 16 3.571
Formação Pedagógica 2 2 166
Licenciatura 69 236 104.707
Sequencial 2 2 691
Tecnólogo 13 14 5.522
Total 81 659 206.853

UOL Educação: Quantos estudantes a UAB pretende alcançar?

Teatini: Estamos com 210 mil alunos. Nesse primeiro semestre, temos mais 40 mil vagas. Até 2014, a meta é chegar a 600 mil alunos matriculados na formação inicial e na continuada. A intenção é triplicar o número atual. Temos 92 instituições cadastradas, e há pedidos de instituições para participar da UAB, levando esse número a 100. Queremos que todas as instituições federais e estaduais participem. Há a perspectiva de chegarmos a mil polos até 2014.

UOL Educação: Como são os custos para essa expansão? Há recursos disponíveis para isso?

Teatini: Há recursos [para 2012, a dotação é de R$ 370 milhões]. Existe uma economia de escala que é uma coisa muito interessante. Comparar o investimento em EAD com o investimento em educação presencial é como comparar o de construir uma rodovia com o de uma ferrovia: a ferrovia tem um investimento inicial maior, mas, para conservação, gasta menos. O custo-aluno é extremamente competitivo em EAD [De 2007 a 2011, a UAB investiu cerca de R$ 1,5 bilhão].

UOL Educação: Qual é o maior desafio para expandir o programa?

Teatini: Existe o preconceito contra a EAD, que tem vários aspectos. E o maior desafio é que o Brasil é continental. A EAD não pode ter soluções únicas, precisa ter flexibilidade. Hoje, um problema sério é a banda larga. Até Manaus, que é uma capital, tem dificuldades de conexão. Além disso, no sistema da educação brasileira, a autonomia dos estados e municípios faz com que muitos não tenham carreira, não respeitem o piso do magistério e não apliquem o PIB em educação. Precisamos ter um Sistema Nacional de Educação, para garantir salário atraente e formação adequada.

UOL Educação: Existe a perspectiva de abrir mais cursos de mestrado a distância? Hoje, só temos o Profmat.

Teatini: Estão sendo estudados um curso na área de letras e outros dois na área de química e física. A previsão é de que, para 2013, já existam mais alunos em mestrados a distância.

UOL Educação: A evasão de cursos da UAB é maior que a de cursos presenciais?

Teatini: Esse é um boato espalhado principalmente pelas pessoas que são contra a EAD. Há cursos presenciais na UnB que têm evasão enorme. Até pouco tempo, nas engenharias, a evasão estava chegando a 50%. A taxa geral aproximada de evasão de alunos da UAB é de 20%, e varia por tipo de curso ou polo de apoio presencial.

UOL Educação: Em quais cursos a evasão é maior?

Teatini: A maior evasão se dá nos cursos de formação continuada para professores. Muitas vezes as secretarias de Educação não apoiam os professores. Outra questão séria é que as carreiras não estimulam professores a buscar formação. Há estados, por exemplo, em que um professor que faz a graduação tem aumento de 5% no salário, o que é muito pouco. Para professores de universidades que fazem mestrado, o salário sobre 50%. 

A dica de post eu peguei no facebook do João Mattar.

A página do PROFMAT pode ser acessada neste link.

Sudoku químico

Vi a dica no facebook da minha amiga e colega Fabi Mansilla. ;)

Para quem não sabe, sudoku é um jogo de raciocínio lógico que envolve números, em geral.

O objetivo é conseguir encaixar o números de um a nove dentro de cada espaço sem que eles se repitam nas linhas e colunas. 

Existem sudokus com mais linhas e colunas, bem maiores e bem mais difíceis. Assim como existem sudokus com desafios adicionais (3D, por exemplo). 

No sudoku tradicional, um quadrado com dimensões 9X9 é dividido em quadrinhos nenores com dimensões 3X3.

Dentro de cada quadradinho 3X3 os numeros de 1 a 9 também devem aparecer sem se repetir nas linhas e colunas.

Nesse Sudoku químico, os números são substituídos pelos símbolos dos elementos químicos, mas as regras do sudoku permanecem as mesmas.

Não repita um mesmo elemento na linha ou coluna e nem dentro do quadradinho 3x3.

Quando eu arranjar um tempo para resolver esse desafio, posto o resultado aqui.

Boa diversão.

FONTE

A Química dos computadores

Acompanhando o tema da semana passada, hoje vou compartilhar com vocês essa fantástica matéria encontrada no site português "A Química da Coisas" (via Canal Fala Química do Facebook).

A matéria é sobre os computadores e a química. Já que esse é meu chão, misturar essas duas coisas aparentemente incompatíveis, aí vai o artigo original e o vídeo no final.

Aproveitem!

 

Pode parecer que um vulgar computador portátil e a química vivem em mundos diferentes, mas na verdade a própria existência dos portáteis apenas é possível graças a importantes desenvolvimentos da química.

Há química em muitos dos componentes de um computador, mas hoje vamos falar da química escondida em algo muito visível: os monitores planos LCD, aos quais os “portáteis” devem a sua forma plana e… portátil!

LCD é o acrónimo de Liquid Crystal Display, ou Monitor de Cristal Líquido.

Mas o que são cristais líquidos? O nome parece uma contradição! Normalmente consideramos o cristal um material sólido (como um diamante!) e não um líquido…

Nos materiais cristalinos, as partículas têm posições e orientações fixas, como os soldados numa parada, e por isso os classificamos como sólidos. Já os líquidos são como uma multidão desordenada, e as partículas mudam de posição e de orientação.

Mas há substâncias que apresentam simultaneamente a estrutura de um líquido e de um sólido, como os cristais líquidos.

Eu explico melhor: se atirarmos várias moedas para uma caixa de vidro e as observarmos olhando de cima, vemos uma distribuição de moedas desorganizada, como as moléculas num líquido. Mas, se olharmos de lado, vemos que as moedas se dispõem preferencialmente na horizontal, em camadas sucessivas, tão organizadas como as moléculas num cristal.

Esta dupla qualidade confere aos cristais líquidos propriedades óticas especiais. Escolhendo as moléculas adequadas, podemos construir um LCD: o alinhamento muito preciso das moléculas por aplicação de uma corrente elétrica permite a produção de imagens numa superfície plana pela passagem de luz através dos cristais líquidos e filtros coloridos.

Assim, os avanços da química (e da tecnologia) permitiram a construção dos indispensáveis monitores planos dos nossos computadores portáteis, ‘tablets’ e ‘palmtops’.

 

30 anos de um trabalho fundamental de Química Teórica e Computacional

No canal da Editora Wiley no facebook saiu uma nota sobre um artigo clássico da área de Química Computacional e, como este é o meu chão, eu não poderia deixar passar em branco.

 
Segue a tradução da nota:

"Conhecer a superfície de energia potencial (potential energy surface - PES) dá uma ideia fundamental das propriedades estruturais e dinâmicas de um sistema molecular. 30 anos se passaram desde que o Journal of Computational Chemistry publicou o artigo pioneiro, "Optmization of equilibrium geometries and transition structures" (Otimização de geometrias de equilíbrio e estruturas de transição) de autoria de Bernhard Schlegel, o qual trazia a exploração da PES para dentro da Química Quântica. Um simpósio especial no ACS Fall Meeting (a ser realizado logo) celebra essa data, reunindo alguns dos químicos quânticos de destaque para discutir o atual estado, e futuras discussões, neste campo."
                                                      FONTE DA IMAGEM

Saiba mais sobre o periódico: http://tiny.cc/JCCHome
Veja o artigo pioneiro: http://tiny.cc/PESarticle
Saiba mais sobre o Simpósio da ACS: http://tiny.cc/ACSSchlegel

 
Na sequência do post eu coloquei uma cópia em PDF do artigo de Schlegel para quem tiver interesse em baixar, embora a Wiley esteja oferecendo acesso gratuito a ele neste momento.
 
Para baixar o original, clique aqui ou visualize na janela abaixo:
 

Celebre o Dia da Terra com artigos "free" do JCE

E aí, pessoal? Tudo tranquilo?

Bom, vamos tirar um pouco a poeira acumulada aqui no blog durante esses dias sem postagens.

Andei meio ocupado mas estou de volta.

A dica de hoje fica por conta do pessoal da American Chemical Society.

No canal deles no facebook, a seguinte notícia foi postada:

"Químicos celebram o Dia da Terra junto ao Journal of Chemical Education! 

Desfrute de acesso complementar a atividades de sala de aula e demonstrações usando embalagens ecológicas de amendoins, colheres recicláveis de plástico, e muito mais.

Acesse todas elas em http://www.bit.ly/CCED2012."

Eu fui lá no link sugerido e descobri uma série de artigos bem interessantes para quem se dedica à tarefa de ensinar Química.

Aqui vai a lista de artigos disponíveis gratuitamente no site do periódico:

 

Gas Property Demonstrations Using Plastic Water Bottles 
Dean J. Campbell, Stephen J. Bannon, and Molly M. Gunter 
DOI: 10.1021/ed100745c

Magic Sand 
Journal of Chemical Education Staff 
DOI: 10.1021/ed077p40

Carbon Footprint Calculations: An Application of Chemical Principles 
Richard S. Treptow 
DOI: 10.1021/ed8000528

JCE Classroom Activity #110: Artistic Anthocyanins and Acid–Base Chemistry 
Jenna Lech and Vladimir Dounin 
DOI: 10.1021/ed1011647

JCE Classroom Activity #57: Pondering Packing Peanut Polymers 
Perry A. Cook , Sue Hall and Jill Donahue 
DOI: 10.1021/ed080p1288A

Identifying Bottled Water: A Problem-Solving Exercise in Chemical Identification 
Richard L. Myers 
DOI: 10.1021/ed075p1585

JCE Classroom Activity #87. Garbage Juice: Waste Management and Leachate Generation 
Jenna R. Jambeck , Jean M. Andino 
DOI: 10.1021/ed084p240A

JCE Classroom Activity #60. Water Filtration 
Erica K. Jacobsen 
DOI: 10.1021/ed081p224A

Life-game, with glass beads and molecules, on the principles of the origin of life 
Manfred Eigen and Herman Haglund 
DOI: 10.1021/ed053p468

Vou baixar os meus agora, antes que acabe essa boa vontade dos gringos!

Artigos da Angewandte Chemie International Edition e outros periódicos de graça

A Angewandte Chemie IE, esse fantástico periódico, está oferencendo por tempo limitadoacesso livre a alguns dos seus artigos.

O link para acessá-los é esse aqui: http://onlinelibrary.wiley.com/journal/10.1002/(ISSN)1521-3773/issues

Nesse outro link, tem uma edição de janeiro de 2012 com todos os artigos liberados. 

Como eu aprendi em uma disciplina de seminários muitos anos atrás (com o Prof Jairton) esse periódico tem os famosos highlights.

Esses highlights são artigos curtíssimos, escritos por pesquisadores renomados em suas áreas e sempre sobre os mais recentes avanços na área de Química (trending topics).

 E, aproveitando o post, aproveito para divulgar o acesso livre a artigos selecionados da área de catálise publicados pela Wiley.

Clique na URL encurtada a seguir: http://tiny.cc/catalysishotApril12

Espero que curtam a dica...

Abraços digitais!