Disco de óxido de titânio armazena até 25 terabytes

Vi essa notícia no TechNinja e não tive maior tempo para procurar mais informações, então vou fazer uma coisa que não gosto que é copiar.

Researchers develop 25TB titanium-oxide disc

Uma equipe de pesquisadores japoneses criaram um material que pode ser utilizado para criar discos de armazenamento de custo baixo que podem armazenar até 25 terabytes de dados!

O material – descrito como uma nova forma de cristal de óxido de titânio – pode mudar de metal para semicondutor e vice-versa quando exposto à luz.

“Uma material que muda de acordo com a luz pode ser usado em aparelhos de armazenamento, já que as cores refletem luz diferentemente para armazenar diferentes informações. (Portanto isto é) bastante promissor como um material para a próxima geração de dispositivos de armazenamento”, disse Shin-ichi Ohkoshi, professor de química da Universidade de Tóquio.

“O preço de mercado do óxido de titânio é praticamente um centésimo dos elementos raros usados em discos Blu-ray e DVDs regraváveis (germânio, antimônio, telúrio). (Então) você não precisa se preocupar em procurar metais raros. Óxido de titânio é barato e seguro, além de já ser usado em vários produtos, variando de pó facial até tinta branca”.

Ohkoshi ainda afirmou que ele planeja iniciar conversas com companhias privadas a respeito da potencial comercialização do material.

Experimento da solubilidade de gás em líquido

Aproveitando a deixa do último post, filmei outro experimento, só que de físico-química.

Ele trata do assunto "solubilidade de gases em líquidos". 

Usamos um refrigerante incolor de limão e uma seringa para demonstrar como a diminuição na pressão (quando o êmbolo da seringa é puxado) influencia na solubilidade do gás carbônico no líquido.

Demais explicações (simples, é verdade) estão no próprio vídeo.

Divirtam-se.

Experimentos de ciências filmados pelos meus alunos

Pessoal, desde que conheci a plataforma de blogagem do posterous eu não parei mais de blogar.

Já virou até um vício, hehehehe.

A coisa é que a facilidade oferecida por essa ferramenta é tão grande que eu decidi usá-la nas minhas aulas.

Semestre passado, trabalhei com uma disciplina de "Educação Digital" que se propõe a ensinar os rudimentos da informática a futuros profissionais da educação. No meu caso, tive alunos da Química, da Filosofia e da Letras cursando a mesma.

Se você quiser conhecer o blog, pode acessá-lo por esse endereço aqui ó -> educacaodigital.posterous.com.

Apenas para exemplificar o trabalho dos meus alunos, vou postar três vídeos que a gente filmou, subiu para o youtube e adicionou "legendas".

Se você gostou, tem mais dois na continuação do post.

Só para esclarecer, a qualidade dos vídeos não é grande porque usamos uma câmera digital Samsung para capturar as cenas. A função dela é tirar fotos, mas cumpre bem o papel de fazer vídeos.

Quem não tem um laboratório para realizar experimentos para os seus alunos pode usar essa técnica, pois computador e TekPix quase todo mundo tem hoje em dia.

Um abraço a todos! 

Ferramenta de busca de arquivos PDF

Faz um tempinho que não posto dicas de sites ao estilo "ferramentas gratuitas".

Pois bem, encontrei um site legalzinho que passo a recomendar para aqueles que têm interesse em encontrar arquivos no formato PDF (portable document file).

É o PDF Cache, o uso é bem simples para quem está acostumado a fazer buscas no google.


Com uma interface tão simples, não tem como não achar aquele livro esperto que você tanto precisa.

Então tá, fica a dica.

Aceito sugestões de sites para postar aqui! :)

Barquinho flutuando no "vazio"

Eu tinha visto esse vídeo abaixo no Omedi, daí postei um comentário lá tentando dar a minha explicação e falei que ia postar aqui o tal vídeo.

Sem pesquisar nada antes, eis a minha explicação parcial transcrita abaixo:

"Cara, eles encheram a cuba previamente com um gás mais denso que o ar (e que o barquinho de alumínio). Pelo baixo custo do experimento, acho que é nitrogênio ou argônio gasoso. Ao retirar a tampa, o gás não escapa para fora dela e o barco de folha de alumínio flutua como se estivesse na água, pois a única diferença entre ela e o tal gás é a diferença no estado de agregação (a água é muito mais condensada que o gás).
Tanto é verdade que quando eles começam a roubar gás com um copo de béquer e colocam no barco, ele afunda, pois o gás roubado com o copo é substituído por ar.
Para mim, é a explicação mais plausível, não quer dizer que seja a verdadeira.
Gostei do vídeo, vou postar no meu blog. OK?"

Daí, navegando pelo linklog, encontrei o mesmo vídeo em outro blog e alguém já matou qual o gás que é usado no experimento. Chama-se hexafluoreto de enxofre, o famoso SF6 das aulas de geometria molecular (ele tem geometria octaédrica). (Nesse link aqui tem uma versão interativa da molécula.)

Leia mais na continuação.

Resolvi verificar essa possibilidade. Pesquisei a densidade dele e descobri que é de 6,13 g/L (a 25 °C), contra os 1,2 g/L do ar à 25 °C

O argônio que eu citei antes tem densidade de 1,7 g/L (a zero Celsius, temperatura bem menor que a vista no vídeo, então não pode ser ele). 

O nitrogênio gasoso tem densidade 1,25 g/L à mesma temperatura de zero Celsius, como a densidade diminui com o aumento da temperatura, também é improvável que seja ele o gás usado no vídeo.

Sendo assim, é bem provável que o gás usado no experimento seja realmente o hexaflureto de enxofre, visto que além de ser 5 vezes mais denso que o ar, ele é incolor, atóxico e inodoro. Como não tem ninguém sufocando no vídeo, acho que tá tudo certinho com esse gás.

Então tá, divirtam-se assistido quantas vezes desejarem ao experimento do "barco flutuando no nada". :)

Quem souber de outros vídeos curiosos assim, é só me contatar pelo e-mail contato@diariodeumquimicodigital.com

Fui!

Molécula do dia - Cloreto de Sódio

Para complementar o vídeo do post de ontem, um pouco mais sobre essa fantástica substância que é o cloreto de sódio.

Continue lendo na sequência...

Conhecido pelo nome químico de cloreto de sódio, pelo nome comercial de sal de cozinha ou sal comum, pelo nome mineralógico de halita, é um composto químico de fórmula mínima NaCl.

É um composto cujas ligações são predominantemente iônicas, ou seja, os átomos que compõem o NaCl encontram-se na forma ionizada (íons Na+ e Cl).

 


 Isso acontece porque os elementos químicos do grupo 1, ao qual o sódio pertence, possuem baixa energia de ionização e formam íons +1 com grande facilidade. Já os elementos químicos do grupo 17, ao qual o cloro pertence, necessitam de um elétron para completar a camada mais externa e atingir a configuração estável de um gás nobre, eles recebem um elétron facilmente e formam íons -1.

O sódio, ao perder um elétron, fica com uma camada contendo oito elétrons, assemelhando-se ao gás nobre neônio. O Cloro, ao receber um elétron, fica com a camada mais externa com oito elétrons também, assemelhando-se ao gás nobre argônio.

As cargas opostas dos dois íons resultam em atração eletrostática, fazendo com que uma rede cristalina lentamente comece a se formar. Essa rede cristalina é responsável por, entre outras coisas, manter a neutralidade elétrica da estrutura.

Na estrutura cristalina, cada átomo de sódio está rodeado por 6 átomos de cloro. Cada átomo de cloro está, por sua vez, rodeado por seis átomos de sódio. A proporção final de átomos de sódio para átomos de cloro é 6:6 que dá na mesma que 1:1. Por isso dizemos que a fórmula mínima do cristal é NaCl.

Em cristalografia, dizemos que o NaCl tem uma estrutura cristalina octaédrica.

Esse sal é encontrado em larga escala na água do mar, sendo o principal responsável pelo sabor salgado dela.

Em muitos organismos vivos multicelulares, o cloreto de sódio está presente nos fluidos extracelulares, sendo um dos principais responsáveis pela regulação da pressão osmótica das células.

Em grandes quantidades no organismo, ele promove a desidratação das células, sendo usado desde longa data como conservante alimentar. Temos como exemplo de alimentos conservados por sal as conservas de vegetais (picles e assemelhados) e as carnes secas (charque ou carne-de-sol).

É obtido por evaporação em massa da água do mar ou de salmoura (obtida pelo bombeamento de água pura para dentro de minas subterrâneas de sal).

Imagem: Deserto de Atacama - Chile. Planícies intermináveis de sal.

Também é usado no branqueamento de polpa de papel, na fixação de corantes em tecidos tingidos, na produção de sabões e detergentes e também é a matéria-prima básica da indústria de soda cáustica e cloro (veja reação de eletrólise abaixo).

2 NaCl + 2 H2O → Cl2 + H2 + 2 NaOH

Na indústria, ele é usado para produzir plásticos (PVC), pesticidas e resinas epóxi.

Através de outros processos, ele é usado para a produção de sódio metálico, carbonato de sódio e cloreto de cálcio, além de sulfato de sódio e ácido clorídrico.

Um uso curioso para o cloreto de sódio que eu não sabia, é em extintores de incêndio para fogos causados por metais combustíveis (magnésio, potássio, sódio e amálgamas de NaK). um pó termoplástico e uma substância à prova d'água (estearatos metálicos), bem como fosfato tricálcico (agente anti-cozimento) são adicionados ao sal para formar o agente de extinção de incêndio.

O cloreto de sódio influencia, também, a formação de nuvens sobre o mar. As pequenas partículas de sal suspensas no ar atuam como núcleos de condensação de umidade. Além disso, o sal, por seu poder de deprimir o ponto de congelamento da água, é usado para derreter a neve em calçadas e pistas de automóveis em países frios.

Para uso em rodovias, o cloreto de cálcio (CaCl2) é preferido, visto que a sua dissolução na neve libera energia, que é usada para aquecer ainda mais a neve e auxiliar no derretimento da mesma. Além de ser mais ambientalmente amigável. Infelizmente o cloreto de cálcio promove um maior enferrujamento das latarias dos automóveis.

O cloreto de sódio não requer grandes cuidados e tem armazenamento fácil, ao contrário do seu concorrente cloreto de cálcio.

A salinidade (S) da água é medida em gramas de sal por kilograma de água, e as temperaturas de congelamento podem ser vistas na tabela abaixo:

S (g/kg)

0

15

30

45

59

 

T (°C)

0

−0.8

−1.7

−2.7

−3.6

 

S (g/kg)

75

90

106

123

140

157

T (°C)

−4.6

−5.5

−6.6

−7.8

−9.1

−10.4

S (g/kg)

175

193

212

231

250

269

T (°C)

−11.8

−13.2

−14.6

−16.2

−17.8

−19.4

S (g/kg)

290

311

331

353

 

 

T (°C)

−21.1

−17.3

−11.1

−2.7

 

 

A maior parte do sal vendido para consumo não é puro. Em 1911, carbonato de magnésio passou a ser adicionado ao sal de cozinha para fazê-lo fluir mais facilmente. Em 1924 quantidades-traço de iodeto de potássio (KI) passaram a ser adicionadas, a fim de reduzir a incidência de bócio (uma doença bem feia, nem vou colocar foto aqui). 

Sal para descongelamento costuma conter hexacianoferrato de sódio (II) em concentrações menores que 100 ppm, a fim de permitir que o cloreto de sódio flua livremente para fora das caçambas que transportam o sal até a pista obstruída com neve, a despeito de ter permanecido armazenado longo tempo antes de ser usado.

(Você lembram daquele maldito saleiro de restaurante que passou a semana inteira em cima da mesa? Lembram quando tentaram colocar uma pitada de sal na salada e não conseguiram porque o sal estava grudado nos furos do saleiro? Pois é, por isso eles adicionam essa substância, para facilitar o trabalho de descarregar o sal).

 

Bom, e da próxima vez que perguntarem a vocês se são a favor ou contra a legalização do cloreto de sódio não vão precisar dar uma de intelectuais e ficar bolando explicações mirabolantes para evitar dizer que não conhecem essa substância.

 

Se vocês tiverem outras informações sobre o cloreto de sódio e quiserem compartilhar comigo, os comentários estão logo aí abaixo.

Ou podem me contatar pelo e-mail: contato@diariodeumquimicodigital.com

Até o próximo post!

 

FONTE