Palestra apresentada aos acadêmicos do curso de Ciências da UFFS por ocasião do encerramento da III Semana Acadêmica.
Sabe quando você gostaria de ter acesso aos pontos de um gráfico e não dispõe de nada mais a não ser as próprias imagens impressas em um livro ou artigo?
Pois é, chato né?
Só que com o esse pequeno aplicativo para o Chrome seus problemas se acabaram (pareço o seu Creisson falando).
Web Plot Digitizer retira os pontos do gráfico que está no formato de imagem de forma rápida e simples.
Arraste e solte a imagem na área indicada pelo aplicativo, escolha dois pontos (2 no eixo X e 2 no eixo Y) e informe os valores de (X,Y) nos pontos por você marcados.
Informe ao WPD que você terminou de calibrar e peça para o programa extrair os dados.
Pronto, ele gera uma planilha CSV (valores separados por vírgula, o Excel sabe o que fazer com isso) e seus problemas terminaram (e começam outros, hehehe).
Visite http://arohatgi.info/WebPlotDigitizer/app e instale já o aplicativo, nem que seja para dar uma testadinha.
De lambuja aí o vídeo-tutorial do aplicativo:
E aí pessoal, tudo bem?
Estão em uma aula de Física ou Matemática e precisam plotar o gráfico de uma função e não têm nenhum software a mão?
Que tal entrar na internet e instalar esse pequeno aplicativo no seu navegador Chrome?
Tá, ele funciona também em Firefox, Safari, Opera e Internet Explorer, não se preocupem.
O programa é bem simples, fácil de operar e tem uma interface bem simples.
Consegue fazer gráficos das funções tradicionais, implícitas, polares e até mesmo consegue plotar a derivada de uma função (se precisar, até a derivada em um ponto específico. Eu fiz e deu certo.).
Vejam o pequeno exemplo abaixo:
Ah, e ele também funciona sem precisar estar conectado à internet. Para isso basta ir até a Chrome Web Store e instalá-lo a partir de lá (uma conta do Gmail é requerida para isso dar certo).
Divirta-se!
Eu estava me enrolando para escrever esse post, mas finalmente tomei coragem para fazê-lo.,
Estava eu hoje a tarde lendo algumas notícias e me deparei com essa aqui no site do yahoo:
Reprodução da notícia na íntegra -->
Uma equipe internacional de astrônomos anunciou nesta segunda-feira a descoberta de um planeta que tem o céu iluminado por quatro sóis, o primeiro sistema estelar deste tipo identificado até hoje.
O planeta, batizado PH1, situado a cerca de 5.000 anos-luz da Terra (um ano-luz corresponde a 9,461 trilhões de quilômetros), está em órbita de dois sóis, e duas estrelas giram em torno destes.
Segundo os astrônomos, apenas seis planetas são conhecidos até hoje por ficarem em órbita em torno de dois sóis sem outra estrela distante orbitando seu sistema solar.
Esse sistema planetário circumbinário duplo foi inicialmente descoberto por dois astrônomos amadores americanos, Kian Jek e Robert Gagliano, que utilizaram o site Planethunters.org.
Astrônomos profissionais americanos e britânicos realizaram em seguida observações e medições com os telescópios Keck, situados no monte Mauna Kea, no Havaí.
"Os planetas circumbinários representam o que há de mais extremo na formação planetária", afirma Meg Schwamb, uma pesquisadora da Universidade de Yale (Connecticut, nordeste), principal autor desta pesquisa apresentada na conferência anual da divisão de Planetologia da American Astronomical Society reunida em Reno, Nevada (oeste dos Estados Unidos).
"A descoberta de tais sistemas estelares nos obriga a repensar como esses planetas podem se formar e evoluir em um ambiente como este", acrescenta ela em um comunicado.
Esta descoberta foi publicada online no site arXiv.org e foi submetida a publicação no Astrophysical Journal.
O PH1, um planeta gasoso gigante do mesmo tamanho de Netuno e com cerca de seis vezes o da Terra, orbita em torno das duas primeiras estrelas, de uma massa respectivamente de 1,5 e 0,41 vez o do nosso sol, em 138 dias.
As duas outras estrelas fazem parte desse sistema planetário a uma distância de cerca de mil vezes a que separa a Terra do Sol.
O site Planethunters.org foi criado em 2010 para estimular os astrônomos amadores a identificarem exoplanetas --planetas situados fora do nosso sistema solar-- com os dados coletados pelo telescópio espacial americano Kepler.
Lançado em março de 2009, o Kepler tem como objetivo pesquisar exoplanetas semelhantes à Terra em órbita em torno de outras estrelas.
Fim da reprodução da notícia...
Maaaaaaaassssss, o que tewm de legal na notícia?
Vamos analisar detidamente as partes do texto que eu propositalmente colori.
1) ... dois astrônomos amadores americanos, Kian Jek e Robert Gagliano, que utilizaram o site Planethunters.org.
Os caras usaram um SITE para descobrir um planeta que tem como vizinhos QUATRO sóis. (Isaac Asimov dá um IpI, IPI HURRA na tumba.)
O http://planethunters.org coleta exibe aleatoriamente dados enviados pelo telescópio Kepler em um gráfico relativamente simples de ser analisado.
O site estimula os usuários a analisar a luminosidade de uma estrela ao longo do tempo. Se a luminosidade decair bruscamente em um intervalo regular de tempo, é porque algum corpo celeste grande (um planeta, por exemplo) pode estar passando na frente dele.
Vamos continuar a análise...
2) Astrônomos profissionais americanos e britânicos realizaram em seguida observações e medições com os telescópios Keck, situados no monte Mauna Kea, no Havaí.
Não só os caras se valeram de um site para descobrir o planeta, mas a comunidade científica deu crédito ao trabalho dos dois.
Que confiança na análise de dois amadores que usaram um site para fazer essa descoberta, né?
Se fosse aqui no Brasil, ainda acusariam os dois amadores de tentarem obter publicidade gratuita e acusariam os cientistas de desperdiçar o dinheiro público com bobagens. Sem contar que o povão liga que nem doido em véspera de eliminação no BBB...
3) Esta descoberta foi publicada online no site http://arXiv.org e foi submetida a publicação no Astrophysical Journal.
Tá, eles publicaram os resultados em um repositório aberto de versões eletrônicas de livros, artigos e brochuras com algo em torno de 791.922 documentos nas áreas de física, Matemática, Ciências da Computação, Biologia Quantitativa, Finanças e Estatística.
(Não sei se jpa convenci vocês que o caminho percorrido pelos astrônomos amadores tem tudo a ver com o uso das tecnologias, mas eu fiquei super-empolgado com essa história e vou continuar minha verborragia.)
O http://arxiv.org é mantido pela Cornell University, só para constar.
A Terra sabe cantar. Ou quase isso. Os dois satélites Radiation Belt Storm Probe (RBSP) da NASA, lançados no dia 30 de agosto deste ano, conseguiram captar e gravar ondas de rádio audíveis emitidas pela magnetosfera da Terra. São silvos e assobios que formam o que os cientistas chamam de “coro” ou “coro do amanhecer” (o som é captado melhor pela manhã).
E o que causa isso? As ondas audíveis são emitidas por partículas energéticas de dentro da magnetosfera, o nome dado à região que envolve qualquer planeta ou lua que tenha um campo magnético, como a Terra. Essas partículas afetam – e são afetadas – pelos cintos de radiaçãoque cercam o planeta, e essa interação cria os barulhos únicos.
As sondas da agência espacial gravaram cinco ocorrências diferentes no dia 5 de setembro, mas no vídeo elas são apresentadas como uma só, sem cortes. Ficou curioso? Escute no vídeo abaixo o som:
Post kibado da Revista Superinteressante.
"We took all the advantages of previous codes and removed the disadvantages," explained , the HITS astrophysicist who built the software. Springel, an expert in galaxy formation who helped build the Millennium Simulation to trace the evolution of 10 billion particles, used Harvard's Odyssey supercomputer to run the simulation. Its 1,024 processor cores allowed the team to compress 14 billion years worth of cosmic history in the space of a few months.
"Achamos que o Arepo levou a taxas significativamente maiores de formação de galáxias em halos massivos e a mais discos gasosos extendidos em galáxias, o que também caracteriza uma morfologia mais fina e sutil do que suas contrapartes," a equipe afirma em um paper no qual descreve a tecnologia.
Embora o feito seja impressionante -- a asrofísica do CfA Debora Sijacki compara as melhoras nas simulações de alta resolução em relação aos modelos prévios àquelas melhoras obtidas com o Telescópio Gigante de Magellan (de 24,5 m de abertura) sobre todos os outros tekescópios -- a equipe busca gerar simulações de áreas ainda maiores do universo. Se isso for atingido, a equipe terá criado não apenas a mais realista, mas a maior simulação do universo até então realizada.
Vi o vídeo no Sedentário e resolvi postar aqui porque é muito legal.
No início da semana escreverei um post explicando o porquê da água se comportar assim na ausência de gravidade. (#prometo)
Em 1964, seis físicos teóricos propuseram a partícula que acabou levando o nome do Prof. Peter Higgs.
Hoje, cientistas do Large Hadron Collider anunciaram uma nova partícula subatômica que é consistente com as previsões desses teóricos.
Esta é uma das maiores descobertas científicas do século XXI, até agora.
Mas o que é exatamente este "Bóson de Higgs", e por que os físicos de partículas gastaram mais de 40 anos procurando por ela?
Buscando trazer mais informações aos leitores do blog, resolvi traduzir esse artigo "fresquinho" do site da BBC News.
- O QUE É O BÓSON DE HIGGS?
A partícula só existe nas mentes dos físicos teóricos. Existe uma teoria "robusta" acerca de como o Universo funciona - todas as partículas que produzem átomos e moléculas e toda a matéria que nós vemos, muitas das forças que os governam, e uma pequena coleção de partículas ainda mais exóticas. Esse é o chamado "Modelo Padrão".
Entretanto, existe um buraco evidente na teoria: ele não explica como é que algumas das partículas ganham sua massa. O mecanismo de Higgs foi proposto em 1964 por seis físicos, incluindo o teórico de Edimburgo Peter Higgs, como uma explicação para preencher esse 'buraco.
- QUER ENTENDER MELHOR O ASSUNTO?
ACOMPANHE A ANALOGIA A SEGUIR:
A melhor teoria dos cientistas para explicar porque coisas diferentes possuem massa é o "campo de Higgs" - onde a massa pode ser percebida como uma medida da resistência ao movimento. O "campo de Higgs" é exibido aqui como uma sala cheia de físicos conversando entre si.
Um cientista bem conhecido entra na sala e causa uma grande agitação - atraindo admiradores a cada passo e interagindo fortemente com eles - assinando autógrafos e parando para conversar com cada um.
À medida que ela torna-se rodeada por seus 'fãs", ela encontra mais resistência para se mover ao longo da sala - nesta analogia, ela adquire massa devido ao "campo" de fãs, com cada fã atuando como um bóson de Higgs.
FONTE DAS IMAGENS: CERN/UCL via BBC News
- POR QUÊ A MASSA É TÃO IMPORTANTE?
Massa é, de forma bem simples, uma medida de quanta coisa um objeto - uma partícula, uma molécula ou um Yokshire Terrier - contém. Se não fosse pela massa, todas as partículas fundamentais que geram os átomos e os cãezinhos Terrier poderiam ficar zanzando por aí à velocidade da luz, e o Universo como nós o conhecemos poderina nunca ter se consendado em forma de matéria.
O mecanismo de Higgs propõe que existe um campo permeando o Universo - o campo de Higgs - que permite às partículas obter sua massa. Interações com o campo - com os bósons de Higgs que vêm de lá - têm o propósito de dar massa às partículas. Isso não é diferente de um campo de partículas de neve, no qual a marcha impede o progresso; seus sapatos interagindo com as partículas de neve diminuem sua velocidade.
- POR QUÊ OS CIENTISTAS PROCURAM PELO BÓSON DE HIGGS?
Ironicamente, o Modelo Padrão não prevê uma massa exata para o bóson de Higgs, Aceleradores de partículas tais como os do LHC são usados para procurar sistematicamente pela partícula ao longo de uma faixa de massas onde ele pode plausivelmente estar. O LHC trabalha colidindo e 'esmagando' dois raios de partículas sub-atômicas chamadas prótons (ou protões, para os meus colegas portugueses) a velocidades próximas à da luz. Isso gera um vasto 'chuveiro' de partículas que são criadas apenas em condições de altas energias.
O bóson de Higgs provavelmente nunca poderá ser observado diretamente, mas os cientistas no LHC têm procurado por um que fugazmente possa existir nessa sopa de partículas. Se ele se comportar como os pesquisadores pensam que ele o fará, ele deveria posteriormente decair em uma série de outras partículas, deixando um rastro que prova a sua existência.
O LHC não é a primeira máquina que procura pela partícula. Outra, de nome LEP, que também funcionou no CERN de 1989 a 2000, descartou a partícula até uma certa faixa de massas, e até o seu desligamento em 2011, o acelerador Tevatron procurou pela partícula numa faixa superior de massas. Na segunda-feira, o time do Tevatron liberou sua análise final, que tentadoramente aponta para uma partícula muito parecida com aquela que os dados do LHC sugerem.
- QUANDO NÓS SABEREMOS SE ELA FOI REALMENTE ENCONTRADA?
Os físicos de partículas são notoriamente conservadores quando se trata de dize se eles encontraram algo. Se você jogar uma moeda 10 vezes e conseguir 8 coroas, você poderá pensar que a moeda está de alguma forma 'viciada'. Mas apenas após centenas de jogadas você poderá afirmar isso com um tipo de certeza que os físicos requerem para uma descoberta "formal".
O primeiro obstáculo é definitivamente determinar a massa da partícula - fazendo um confronto entre grupos de dados - e esta parte está quase concluída. A próxima etapa é certificar-se de que a partícula se comporta como a teoria prediz - como ela interage com outras partículas e como ela decai em outras partículas mais. Esta é a última fronteira da física de altas energias e uma completa e certa entrada no Modelo Padrão está provavelmente um pouco longe de acontecer.
- ENTÃO QUANDO?
Muitos físicos profissionais poderiam dizer que encontrar o bóson de Higgs na precisa maneira que a teoria prediz poderia ser um verdadeiro desapontamento. Projetos de larga escala tais como o LHC são construídos com o objetivo de expandir o conhecimento, e confirmar a existência da partícula exatamente onde nós esperávamos, enquanto poderia ser um grande triunfo para nossa compreensão da física, poderia ser muito menos excitante do que não encontrá-la. São esses tipos de surpresas que têm levado a revoluções na ciência.
Fiquemos tranquilos, embora - se o padrão continuar e essa versão mais simples do bóson de Higgs tomar o lugar de honra no Modelo Padrão, muitas grandes questões permenecem. Afinal de contas, o Modelo Padrão explica a matéria como nós a conhecemos, mas existe muita razão para acreditar que a matéria ocupa apenas 4% do Universo observável. O resto - matéria escura e energia escura - pode se provar ainda mais difícil de definir. É como se nós estivéssemos próximos a completar um lado de um cubo de Rubik e sendo lembrados de que as outras cinco faces ainda estão bagunçadas.
• O Modelo Padrão é o mais simples conjunto de ingredientes - partículas elementares - necessários para criar o mundo como nós vemos.
• Quarks são combinados para produzir, por exemplo, os prótons e os nêutrons - os quais formam os núcleos dos átomos hoje - embora combinações mais exóticas existissem nos primeiros dias do Universo.
• Léptons existem em versões carregadas ou neutras; elétrons - são os létons carregados mais familiares - junto com os quarks produzem toda a matéria que podemos ver; os létons neutros são os neutrinos, que raramente interagem com a matéria.
• As "forças motrizes" (force carriers) são partículas cujos movimentos são observados como forças familiares, tais como as que estão por trás da eletricidade e luz (eletromagnetismo) e decaimento radioativo (força nuclear fraca).
• O bóson de Higgs surgiu porque apesar do Modelo Padrão se sustentar razoavelmente bem, nada requer que as partículas possuam massa; para uma teoria mais completa, o bóson de Higgs - ou algo além - precisa preencher essa lacuna.
P.S.: E porque ela é chamada de "Partícula de Deus"?
Segundo essa outra fonte:
O bóson de Higgs é chamado de "Partícula de Deus" por causa de um livro que teve o título trocado. O Prêmio Nobel de Física, Leon Lederman, queria chamá-lo de "The Goddamn Particle" ("a partícula maldita"), por ser difícil de encontrá-la. O editor tirou o termo "damn" e colocou o título de "The God Particle", já que temia que a palavra "maldita" fosse considerada insultante.