Sites para aprendizagem de assuntos variados - parte 3

Quem ainda está em busca de um bom site para pesquisa de experimentos de ciências em língua portuguesa pode encontrar um bom candidato no site pontociencia.

O site conta com uma vasta biblioteca de experimentos de Biologia, Física e Química, totalizando 353 experimentos.

Você pode enviar os seus experimentos fotografados ou filmados e eles se encarregam de publicá-los para os demais usuários do site.

É possível fazer um cadastro para usar o fórum deles e interagir com outros interessados em ciências.

Segundo os autores do site:

"O pontociência é um projeto desenvolvido por alunos e professores da Universidade Federal de Minas Gerais. Além dos bolsistas do projeto, os participantes da comunidade contribuem com a construção do conteúdo do portal."

Espero que vocês gostem da dica, eu mesmo já achei coisas bem interessantes por lá e usei em um projeto de trabalho de conclusão de uma aluna que orientei.

Princípios de Química - Parte I (Estrutura atômica da matéria)

Pois é pessoal, seguindo uma sugestão do meu amigo Luiz Felipe, vou iniciar uma série de posts bem light sobre como aprender alguns rudimentos de Química usando recursos digitais.

Em outras palavras, vou começar a escrever sobre como aprender Química usando sites de internet, e olha que tem material disponível nessa rede.

Eu acho que não dá para aprender essa ciência sem entender um mínimo sobre estrutura eletrônica da matéria. Eu recomendo começar estudando os seguintes tópicos:

1.Estrutura atômica (modelos de Thomson, Dalton, Rutherford-Bohr)
2.Camadas eletrônicas (K, L, M, N, O, P e Q)
3.Distribuição eletrônica de Linus Pauling (sub-níveis s, p, d e f)
4.Classificação periódica dos elementos (a tabela periódica de Mendeleyev)
5.A partir daí podemos seguir vários caminhos, todos interessantes.

Vamos começar pelo início (sim, eu sei que é um pleonasmo). A estrutura eletrônica da matéria é uma coisa relativamente nova na Química, pois até o final do século XIX não se sabia o que fazia com que os átomos se mantivessem unidos nas moléculas. Aliás, havia até uma confusão sobre o que era átomo e o que era molécula.

Para facilitar a conversa, átomo é a menor unidade estrutural química (calma meus colegas físicos, eu sei que tem coisa ainda menor) da matéria, molécula é uma combinação de átomos (um único átomo pode ser considerado uma molécula também).

John Dalton foi o cara responsável por reviver a ideia grega dos atomoi (partículas indivisíveis), lançada pelos filósofos Leucipo de Mileto (450 a.C.) e Demócrito de Abdera (400 a.C.). Dalton, para quem não sabe, era um praticante da antiga arte da Alquimia (ou al-Khemea, para os árabes) e foi influenciado fortemente pela filosofia inerente à essa arte.

Na Alquimia, todas as coisas seriam formadas por combinações em diferentes proporções de água, ar, fogo e terra. Seria possível, através de operações físicas, extrair os princípios alquímicos da matéria, separá-los e recombiná-los para formar novas substâncias, elixires, tinturas, ceras e até mesmo a pedra filosofal (Harry Potter feelings).

Dalton supôs que devia haver mais do que apenas quatro elementos e isolou em seu laboratório diversas substâncias por meio de processos (al)químicos. Por exemplo, ele separou a água em hidrogênio e oxigênio e deduziu que a fórmula da água seria HO (uma massa de hidrogênio reagia com uma massa de oxigênio e formava água). Ele ainda não sabia que a molécula de hidrogênio era formada por dois átomos de hidrogênio e nem mesmo que o oxigênio era formado por dois átomos do elemento em questão.

Dalton criou diversos princípios que são usados até hoje (lei das pressões parciais, por exemplo), ele não é só o pai da primeira teoria atômica moderna. O interessante é que ele deduziu corretamente algumas coisas:

1. Que as moléculas eram formadas por átomos
2. Que os átomos de uma molécula podiam ser extraídos e recombinados
3. Que átomos de elementos diferentes tinham que ter pesos (ou massas) diferentes
4. Ele chegou até mesmo a tentar uma representação moderna para os elementos químicos, mas nisso ele se deu mal (Berzelius que o diga).

O sucesso de Dalton encorajou outros cientistas a melhorar o modelo atômico.

No próximo post da série, vou explicar um pouco mais sobre os desenvolvimentos que culminaram no modelo atômico de Rutherford-Bohr.

Por enquanto, divirtam-se com o essa aula virtual que eu achei no google, tem animações interativas e bastante explicações teóricas que eu deixei propositalmente de lado nesse post.

Ah, não fiquem apavorados com a parte matemática que tem nesse link. :)

Um dia na vida do oxigênio

Esse post é um autoplágio, ou seja, estou copiando do meu outro http://quimicaunifra.blogspot.com/2009/12/um-dia-na-vida-do-oxigenio.html", simplesmente porque eu achei o vídeo sensacional.

Trata-se da história de um bonequinho que representa o oxigênio, ele tem seis elétrons orbitando ao redor da cebecinha dele. No decorrer da história ele tenta fazer amizade com o Hélio (2 elétrons rodando em torno da cabeça), com o Ferro e com o Bário.

Infelizmente ele não tem sucesso. Com o Hélio ele não consegue nada porque os dois se repelem, com o ferro nada porque o ferro vira pó de ferrugem quando encosta no oxigênio, com o Bário muito menos porque o bário vira fogo de artifício verde quando chega perto do amigo oxigênio.

A história e engraçada e seria genial se parasse por aqui. Mas o toque de gênio do autor do vídeo foi colocar um átomo de hidrogênio "fêmea" querendo fazer amizade com o oxigênio. Quando parece que as coisas estão dando certo, surge outro "átomo" de hidrogênio fêmea querendo participar da brincadeira.

A amizade colorida dos três vai por "água abaixo", visto que quando eles se juntam um monte de água se forma.

<Lembrete do Dr. Chatoff>
Só não esqueçam uma coisa, o oxigênio tem configuração eletrônica na camada de valência igual a 2s22p4 (6 elétrons de valência, pareados, de dois em dois, em duplinhas). Estão entendendo onde eu quero chegar? O oxigênio do vídeo tem dois grupos de três elétrons, o que seria fisicamente e quimicamente incorreto.
<Fim do lembrete do Dr. Chatoff>

Desejo que vocês se divirtam com o vídeo, independente de gostar ou não de Química.

 

 

Oxygen from Christopher Hendryx on Vimeo.

Sites para aprendizagem de assuntos variados - parte 2

Buenas viventes (gaúcho mode off), aqui vai mais uma parte da série de posts sobre sites para aprendizagem.

Hoje, pretendo apresentar a vocês o instructables.

O instructables é mais ou menos como o ehow do post anterior, mas ele é mais específico.

Para quem gosta de construir bugigangas, fazer experimentos malucos (algum químico entre os leitores do blog?), ou simplesmente para quem gosta de apreciar a inventividade humana, esse é o site certo.

As invenções são de autoria dos assinantes do site, e o registro nele é gratuito. Muitos dos howtos disponibilizados no enorme acervo do instructables possuem fotos, vídeos e walkthrough em pdf.

Ou seja, não tem desculpa para dizer que não entendeu (a não ser ser fraco em inglês, mas pra isso tem o meu post anterior e o google translate).

Vou mostrar um instructable encontrado no site e que é um dos meus preferidos.

Aprenda agora a fazer um plástico a partir de batata:

<Ana Maria Bragg mode on>

Ingredientes:
  • Batatas (ou amido de milho, ou fécula de batata)
  • Liquidificador (para liquefazer as batatas)
  • Glicerina líquida
  • Vinagre de vinho
  • Corante alimentício
  • Panelas
  • espátulas
  • pano de prato
  • fogão
  • facas

Preparo:

  1. Bata uma batata DESCASCADAS no liquificador com um copo americano de água (batatas contém em torno de 95% de amido);
  2. coe a mistura em um filtro de café (daqueles de papel);
  3. Pode-se deixar o amido da batata secando ao ar livre ou usá-lo ainda molhado (caso você tenha pressa);
  4. Em uma panela ampla (frigideira?), adicione para cada colher de sopa de amido de batata, 4 colheres de sopa de água fria;
  5. ainda sob aquecimento, adcione 1 colher de chá de vinagre e 1 colher de chá de glicerina (é bom não abusar da glicerina se você quiser um plástico rígido);
  6. se você desejar um plástico colorido, adicione o corante agora;
  7. diminua a intensidade da chama do fogão, mexa constantemente a mistura, e permaneça assim até a mistura começar a engrossar, só então aumente o fogo;
  8. quando começar a ferver, mantenha o aquecimento médio por mais 5 minutos;
  9. desligue o fogo e despeje a mistura em algum molde (caso você queira seu plástico com alguma forma especial);
  10. deixe secando ao natural, isso pode levar alguns dias, mas o importante é a água toda evaporar.

<Ana Maria Bragg off>

O dono da ideia original postou até um vídeo:

</object>

 Bom, espero que vocês apreciem a dica de site. Mas, antes de me despedir, queria deixar algumas explicações químicas sobre a reação que eu descrevi.

O amido é um polissacarídeo, formado por um encadeamento de estruturas químicas conhecidas como açúcares.
Quando a mesma estrutura química sofre um encadeamento ele forma um polímero (muitas partes, tradução porca do grego).
O amido da batata é uma mistura de dois polímeros diferentes: a amilose e a milopectina (uma razão de 1:4, aproximadamente).
A amilose é um polímero linear da glicose (como um colar de miçangas).


Amylose2.svg

A amilopectina é um polímero da glicose altamente ramificado.

Amylopektin Sessel.svg

Para fazer um plástico, necessitamos da primeira estrutura, a amilose (uma cadeia longa e linear de glicoses). A amilopectina atrapalha a formação do plástico. O segredo da coisa toda é separar o que produz um plástico daquilo que impede a sua formação.

O vinagre (ácido acético) e o aquecimento quebram a cadeia da amilopectina em diversas cadeias lineares como as da amilose. A glicerina funciona como um lubrificante entre as cadeias, permitindo que elas "deslizem" umas sobre as outras, conferindo a característica plástica ao nosso material.

The Science behind it.

Bom, agora sim eu me despeço. Espero que tenham gostado da aula de química involuntária.

P.S.: Eu não errei o sobrenome da Ana Maria, Bragg é o sobrenome de dois cientistas famosos que criaram uma das equações mais perfeitas da ciência e que é a base da ciência da cristalografia. Eu simplesmente não resisti ao trocadilho..

</object>

 Bom, espero que vocês apreciem a dica de site. Mas, antes de me despedir, queria deixar algumas explicações químicas sobre a reação que eu descrevi.

O amido é um polissacarídeo, formado por um encadeamento de estruturas químicas conhecidas como açúcares.
Quando a mesma estrutura química sofre um encadeamento ele forma um polímero (muitas partes, tradução porca do grego).
O amido da batata é uma mistura de dois polímeros diferentes: a amilose e a milopectina (uma razão de 1:4, aproximadamente).
A amilose é um polímero linear da glicose (como um colar de miçangas).


Amylose2.svg

A amilopectina é um polímero da glicose altamente ramificado.

Amylopektin Sessel.svg

Para fazer um plástico, necessitamos da primeira estrutura, a amilose (uma cadeia longa e linear de glicoses). A amilopectina atrapalha a formação do plástico. O segredo da coisa toda é separar o que produz um plástico daquilo que impede a sua formação.

O vinagre (ácido acético) e o aquecimento quebram a cadeia da amilopectina em diversas cadeias lineares como as da amilose. A glicerina funciona como um lubrificante entre as cadeias, permitindo que elas "deslizem" umas sobre as outras, conferindo a característica plástica ao nosso material.

The Science behind it.

Bom, agora sim eu me despeço. Espero que tenham gostado da aula de química involuntária.

P.S.: Eu não errei o sobrenome da Ana Maria, Bragg é o sobrenome de dois cientistas famosos que criaram uma das equações mais perfeitas da ciência e que é a base da ciência da cristalografia. Eu simplesmente não resisti ao trocadilho..

Sites para aprendizagem de assuntos variados - parte 1

Vou começar uma série de postagens sobre aprendizagem mediada por tecnologias digitais.

Hoje, vou falar para vocês do ehow.

O ehow apresenta uma série de "howto" (mal traduzido para português significa "como fazer") sobre os mais variados assuntos.

Apenas para listar algumas das categorias disponíveis:
  • Artes e Entretenimento
  • Eletrônica
  • Hobbies, Jogos e Brinquedos
  • Comidas e bebidas
  • Computadores
  • etc

Apenas para dar um gostinho do que tem no site, selecionei um link que achei interessante. Aproveitei e traduzi o rápido tutorial disponibilizado neste link, é sobre como aprender uma língua estrangeira, e como o artigo original está em inglês vocês já podem ir treinando. :)

<tradução livre>

Aprender uma língua estrangeira é uma tarefa desafiadora. Uma vez que você domine a gramática você necessitará expandir seu vocabulário. A chave para aprender o vocabulário é a repetição. Apresenta-se aqui um método para aprender 10 novas palavras por dia e tornar-se fluente. Uma pessoa mediana sabe milhares de palavras. Aprendendo 10 palavras novas por dia, você estará apto a conversar rápida e fluentemente após alguns meses de estudo, dependendo da língua escolhida.

Você vai precisar de uma pilha de cartas, mais ou menos com tamanho de 3,0 cm x 5,0 cm.

Instruções:
  1. Tome uma pilha de cartas e desenhe uma linha vertical bem no meio da carta. Então desenhe quatro linhas horizontais, criando duas colunas de cinco células. Repita o processo nas costas de cada carta.
  2. Carregue consigo uma pequena pilha destas cartas sempre. Quando você encontrar palavras em portugês que você queira aprender na nova língua, escreve a palavra em português em uma das células da carta.
  3. Quando você chegar em casa, procure pela palavra em portugês no seu dicionário bilíngue e escreva a tradução da palavra nas costas da carta, na célula correspondente no verso da mesma.
  4. Descubra 10 novas palavras que você queira aprender a cada dia. Escreva suas traduções na carta e leve-a consigo durante o próximo dia.
  5. Teste periodicamente seus conhecimentos sobre as palavras transcritas no card durante todo o dia, sempre que tiver uma oportunidade.
  6. Mantenha suas cartas antigas em um arquivo caseiro. De tempos em tempos, puxe uma dessas cartas arquivadas e faça um quiz rápido para refrescar sua memória.

<fim da tradução>

Eu ainda incluiria uma dica, essa mais voltada para quem é do meio acadêmico e que frequentemente precisa ler artigos e/ou livros estrangeiros.

Quando você estiver lendo algo em outra língua, faça uma cópia do artigo ou do capítulo do livro que você precisa ler. Anote no rodapé cada palavra que você não consegue lembrar e o seu respectivo significado. No início você vai ficar como uma galinha catando milho no chão, toda hora você vai ficar folheando o dicionário.

O legal é que a linguagem técnica é menos rebuscada que a literária e as palavras se repetem com uma frequência maior. Em pouco tempo você estará acostumado com essas palavras frequentes e nem vai precisar mais do dicionário.

Além do que, com a prática é possível ler sem traduzir para o português. Quando você conseguir isso estará craque na coisa.

Bom, por hoje era isso. Aproveitem bem o ehow e divirtam-se com o material disponível por lá. E se encontrarem algo interessante, não esqueçam de me mandar uma dica.

Abraços digitais.

Dica de Site - Planeta Tics

Achei este link faz algum tempo e estava com preguiça de postar no meu outro blog (quer conhecê-lo?).

Graças ao posterous a preguiça de escrever e ficar enfeitando o post foi embora. :)

Conheçam hoje o site Planeta Tics. Esse site é um blog que agrega notícias de outros sites e/ou blogs. Segundo a descrição encontrada no próprio site:

"Planeta Tic's é um agregador de notícias de outros blogs e sites que falam de Tecnologia e Educação. Podemos considerar que este é um local onde pode-se encontrar notícias de centenas de outros blogs e sites que tratam deste assunto.
O site é mantido por diversos colaboradores que buscam na Web por novas fontes todos os dias.
"

E o que significa essa sigla "TIC"? Simples, como esse blog visa tratar de química e educação digital, nada melhor do que indicar algo relacionado à Tecnologias de Informação e Comunicação para vocês.

Ess área é bem moderna no meio educacional e nem todo mundo sabe o que fazer com relação a esse campo de estudos dentro das universidades. Rola uma discussão meio polêmica no meio acadêmico sobre os "nativos" e os "migrantes" da era digital.

Basicamente, nós que nascemos antes da era do "PC do milhão" seríamos os "migrantes", já a gurizada que nasceu na era "PC do milhão" faria parte do grupo dos "nativos" da era digital.

Eu, particularmente, acho essa discussão uma perda de tempo. Acho que ter nascido com um mouse na mão não significa que a pessoa saiba usar bem um computador. Ter que se acostumar com um mouse, com uma planilha, com um processador de textos (em oposição às antigas máquinas datilográficas), como nós tivemos que fazer um dia, pode não ter sido fácil, mas não tirou nenhum pedaçõ de nós. E, olhem só, estamos aqui, escrevendo em blogs, postando fotos no flickr, upando vídeos para o youtube, convertendo um arquivinho no zamzar, etc. E aí, quem é nativo ou quem é migrante?

Como acredito que usar as tecnologias é mais importante do que ficar filosofando sobre elas, fica a dica do Planeta Tics, para você que é educador e para você que é um curioso (como eu). Espero que vocês aproveitem bastante.

Um grande e forte abraço digital e até o próximo post.