Os dois vídeos abaixo mostram uma esfera de níquel sendo aquecido ao rubro com o auxílio de um maçarico.
Após o aquecimento, a esfera é resfriada bruscamente em um bloco de gelo.
O primeiro vídeo fez tanto sucesso que em apenas 4 dias já teve mais de 3 milhões de visualizações no youtube.
No segundo vídeo, ele colocou a esfera de níquel em um recipiente com água para ver o que acontecia.
Vamos usar um pouco de físico-química para entender o fenômeno?
Consultando as fontes internéticas de dados, constatei que as capacidades caloríficas do gelo e do níquel são:
Capacidade calorífica molar do gelo (Cp): 38.09 J·mol−1·K−1[fonte]
Capacidade calorífica molar do níquel: 26.07 J·mol−1·K−1[fonte]
Não são fontes rigorosas, mas servem para o que eu quero falar.
Capacidade calorífica molar refere-se à quantide de energia (em Joule) que um mol da substância em questão deve absrover para que sua temperatura seja elevada em um Kelvin ( ΔT = 1K ou 1ºC).
Veja que a água necessita absorver 38,09 J enquanto que o níquel necessita apenas 26,07 J para ter a mesma variação de temperatura.
Em termos simples, digamos que o níquel fica quente muito mais rápido que a água (desculpem pela falta de rigor científico na minha explicação).
Maaaaas, entretanto, contudo e todavia, isso significa que o níquel também resfria mais rápido que a água.
Isso porque, para ele apresentar uma variação de temperatura negativa (ΔT = -1K ou -1ºC) ele precisa perder apenas 26,07 J para cada mol de níquel, em contraste com a água que necessita livrar-se de 38,09 J por mol de substância.
Como um mol de água (18,0 g) é muito mais leve que um mol de níquel (58,7 g), a esfera do vídeo deve conter uma quantidade bem menor de mols do que a quantidade de mols de água no bloco de gelo.
Resultado? A quantidade de energia térmica a ser liberada pela esfera de níquel é inferior à quantidade de energia térmica que o gelo poderia absorver.